domingo, 14 de agosto de 2011

Domimimingo


Olho pela janela e vejo um dia tão bonito... que será desperdiçado, de novo.

Sabe aqueles dias pesados, com cara de chuva? Hoje está assim. Parece que a pressão me empurra pra baixo. É como se fosse um choro sufocado, uma angústia. Um nó na garganta.

Cada domingo traz consigo uma mala de preocupações, de problemas, prontos para saírem dela durante a semana toda. E isso me sufoca, isso me deixa agoniada.

Queria tirar um domingo de férias da minha cabeça. Um domingo por semana.

Acho que o domingo tem cara de choro. Domingo tem gosto de nó na garganta.

Domingo tem cara de Lithium 


Parada, sem direção


É assim que começa a música No Roads Left. É assim que me sinto.

É como se eu tivesse parado de viver. Saí da minha vida como personagem e passei a ser espectadora dela. Apenas uma observadora. É como se eu tivesse descido do trem na estação errada. E ele se foi. E não voltará.

Hoje, enquanto as lágrimas aliviavam minhas angústias, perguntei: mas onde foi que eu me perdi dentro de mim? Como eu deixei isso acontecer? Eu não sei. Eu queria saber.

Não sei o que me falta. Não sei do que preciso. Não sei como preencher esse vazio.

Talvez seja uma fase. Talvez isso seja normal. Talvez, não. Talvez, talvez.

Não sei como recuperar o que perdi. Aliás, como vou recuperar algo que eu ao menos sei o que é?

De repente, fiquei tão sem chão, tão sem rumo, tão sem eu.

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Agora, feche os olhos e sinta:


Olhos borrados pela vida

Hoje, ao me olhar no espelho, vi que meus olhos estavam borrados. Parei. Voltei. Olhei de novo e lembrei o que os deixou assim: a vida.

Lembrei que meus olhos, até então pintados, deixaram escapar minhas angústias, minhas dúvidas, minhas desilusões.  E isso borrou minha maquiagem.

E foi aí que eu percebi que esse é meu verdadeiro rosto: um rosto borrado, que tenta esconder tantas coisas, tantos sentimentos ruins, tantas mágoas. Meus olhos tentam esconder tantas Danis. E isso tudo se revela quando  as lágrimas desfazem o desenho do lápis e transbordam de meus olhos.

A vida, essa borradora de maquiagem.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Músicas para ouvir com a alma


Peça-me para viver sem muitas coisas, menos sem música. Acho que não sobreviveria. Às vezes, ela me dá a paz que eu procuro. Outras vezes, ela ajuda a desabafar as coisas ruins que sinto. É como se ela tocasse em um ponto perdido dentro de mim, na minha alma, e tirasse tudo aquilo que me sufoca, tudo aquilo que me faz mal. E aí eu fico bem, aí eu me sinto em paz.

Há músicas que devem ser ouvidas com a alma, não só com os ouvidos.  

Às vezes, gosto de apertar o play, fechar os olhos e apenas ouvir, sem pensar em nada. Isso me faz sentir a música. Sei lá, não sei explicar o que sinto. Só sei que é muito bom. Uma catarse.

Que tal experimentar isso com algumas músicas? Pois bem. Vamos lá.

1.Waiting for the end – Linkin Park
Olha ela aí de novo (no post homônimo). Amo essa música, amo essa banda.
A introdução dessa música me paralisa. É como se me pegasse pela alma. Viajo com ela. Fecho os olhos e saio de mim. Mike Shinoda com sua voz coisa-mais-linda-do-mundo me balança e eu me movo na batida da música. E o Chester, com sua voz coisa-mais-linda-mundo², me acalma, me dá paz. Waiting for the end me renova, o tempo todo.

“This is not the end, this is not the beginning…”.



2. Hello - Evanescence
O som do piano. Ah, o som do piano. Se minha alma tivesse som, acho que seria esse. Soa meio triste. Hello me arrepia. A voz da Amy Lee, a melodia, a letra… Ela busca minhas tristezas dentro de mim e as joga para fora, em forma de lágrimas.

“Don't try to fix me I'm not broken…”



3. Warmness on the soul – Avenged Sevenfold
O piano, de novo. A introdução dessa música me tira de mim. E a voz do M. Shadows é como um toque suave... Ela me dá paz. Ela me acalma. Ela me faz sentir tão bem.

“I give my heart to you...”



4. Sleep well, my angel – We Are The Fallen
Adivinha como é a introdução? Pois é. Piano. A voz da  Carly Smithson é tão suave. E é acompanhada só pelo piano. Amo músicas assim. Sleep well, my angel transmite um sentimento de carinho, de cuidado, de amor... e quando fecho os olhos, me traz aos pensamentos a imagem de uma pessoa especial, para quem eu gostaria de dizer “durma bem, meu anjo”. O refrão é a parte que mais toca no coração, na alma, em algum lugar perdido dentro de mim.

“You are everything to me, this is why I have to leave. So sleep well, my angel…”



5. Água contida – Pitty
Outro som que amo: violino. A introdução é mágica. Ela me prende e me paralisa. Fecho os olhos e me sinto leve. A voz da Pitty, especialmente no refrão, chega com um impacto tão grande que me sacode, que me faz querer gritar minhas mágoas. “Então saaaaaaaai, deixa correr... toda água contidaaa”. Eu canto e deixo correr toda essa água contida. É revigorante. É catártico. É meu hino.

“Você pode não entender se às vezes fico pelos cantos
Um tanto quieta, recolhida, mergulhada no meu pranto
É que ele me liberta na hora
No momento em que eu boto pra fora
O que já não me serve vai embora
E assim, eu fico leve”



6. Vento no litoral – Legião Urbana
Clássica. Imortal. Tudo perfeito: a melodia, a voz, a letra. Vento no litoral me faz encontrar um lugar tranquilo dentro de mim. Um lugar em que eu posso chorar, em que eu posso me isolar do mundo e imaginar uma saudade maior que eu mesma. Consegue imaginar uma saudade assim? Eu consigo. Mas não é saudade de alguém. É saudade de mim. Saudade daquilo que eu já fui e perdi. Saudade do que eu poderia ter sido. Saudade daquilo que nunca será. “Dos nossos planos é que tenho mais saudade...”
E nesse lugar tranquilo eu choro, convertendo a saudade em dor e a dor em lágrimas. E as lágrimas em saudade.


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Então, aperte o play, feche os olhos e sinta-as. Apenas ouça e sinta.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

“Dizem que sou louco...


...por eu ter um gosto assim: gostar de quem não gosta de mim”. Na verdade, não dizem isso. Eu mesma digo.

E o pior é que nunca sei como agir nessas situações. Não sei se me calo, se falo, se penso, se esqueço. Não sei se olho, se desvio, se quero, se não quero. Não sei. Não sei. E quando decido não pensar mais, algo me surpreende e me faz  pensar de novo.

O que parecia nada começa a parecer tudo. Mas, de repente, o tudo parece nada. Outra vez.

Decida se sim ou se não. Um sinal. Só um sinal.
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Digo que sou louca por escrever para alguém que provavelmente nunca lerá, alguém que talvez nunca saberá. Ou talvez já saiba. Ou talvez nem queira saber.
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Ei, só quero que saiba que

“Eu ouço sua voz, é como um anjo suspirando
Eu não tenho escolha, eu ouço sua voz
Sensação de voar
Eu fecho meus olhos, oh Deus, eu acho que estou caindo
Fora do céu, eu fecho meus olhos
 Quando você chama meu nome, é como uma pequena oração”


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Um armário cheio

Tenho um armário cheio de mágoas, de lembranças dolorosas, de promessas não cumpridas e de planos inacabados. 


Por mais que eu tente arrumá-lo, não consigo me desfazer disso tudo.


O problema é que continuo guardando novas mágoas, novas lembranças, novas promessas e novos planos. E sei que o destino deles será o mesmo. 



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A saga da eterna espera por nada

De repente, as coisas ficam meio perdidas na vida da gente. O que antes parecia certo, hoje parece vago, confuso. É assim que me vejo ultimamente.

Às vezes, penso em como eu era há cinco anos. E posso dizer que era quase o oposto do que sou hoje. Eu tinha planos, eu tinha perspectivas. Não sei em que parte do caminho eu perdi isso, mas perdi. Não sei em que parte do caminho EU me perdi dentro de mim.

Hoje, eu só espero que o dia termine. Não necessariamente que termine bem, apenas que termine. E aí vem outro dia. E outro. E outro... E a espera pelo fim do dia para que o outro venha continua. Todos os dias. Uma espera por nada.

Não faço planos, porque eles me frustram. Ou sou eu quem me frustro? Não sei. Só sei que todos os planos que fiz até hoje não se realizaram. E as melhores coisas da minha vida aconteceram sem serem planejadas. E confesso que, hoje, eu prefiro que as coisas aconteçam assim, sem planejamento. O que tiver que acontecer, vai acontecer (sim, isso é clichê, mas serve perfeitamente bem para mim).

Decidi que não farei mais planos (exceto os de aula, porque esses eu sou obrigada a fazer ~RISOS~) porque não sei lidar com frustrações, com decepções. E quem sabe? Se você souber, quero um curso intensivo disso, sério.

Quem sabe essa minha saga de esperar por nada um dia acabe. Quem sabe eu consiga recuperar aquilo que perdi dentro de mim. Quem sabe a  vida me surpreenda... ou quem sabe eu a surpreenda. Quem sabe... 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

"Oda al gato"


[...]
Oh fiera independiente
de la casa, arrogante
vestigio de la noche,
perezoso, gimnástico
y ajeno,
profundísimo gato,
policía secreta
de las habitaciones,
insignia
de un
desaparecido terciopelo,
seguramente no hay
enigma
en tu manera,
tal vez no eres misterio,
todo el mundo te sabe y perteneces
al habitante menos misterioso,
tal vez todos lo creen,
todos se creen dueños,
propietarios, tíos
de gatos, compañeros,
colegas,
discípulos o amigos
de su gato.
[…]
Pablo Neruda

“Waiting for the end”

Esperando pelo fim. Essa é uma das minhas músicas preferidas da minha banda preferida, Linkin Park. Inclusive, recomendo que a ouçam. De preferência, com os olhos fechados. Sintam-na... É sublime. (http://www.youtube.com/watch?v=5qF_qbaWt3Q – mas não clique agora, senão você não lerá o texto até o fim, eu sei disso)

Essa música tem um significado muito especial pra mim, pois foi lançada em um momento de despedida, de “esperar pelo fim”: o quarto e último ano da faculdade. Pensar que uma etapa da sua vida está no fim e que outra mais difícil se aproxima mexe muito com a cabeça da gente. Mexeu com a minha. E muito. Pensar que me afastaria de amigas incríveis com quem convivia mais do que com minha família me dava um aperto no coração. Era uma sensação de perda, de vazio. Algo que eu não conseguia preencher. Eu queria segurar o tempo, mas ele se esvaía entre meus dedos.

“Voando na velocidade da luz
Com pensamentos rodando na cabeça
Tantas coisas ficaram sem ser ditas
É difícil deixar você ir.”

Acho que estamos sempre esperando por algo. Concorda comigo?

Estamos sempre esperando por alguém ou por uma resposta que talvez nunca chegue.  Em algum momento da vida, esperamos que as coisas mudem, esperamos que as pessoas mudem, que nós mesmos mudemos. Em outros momentos, esperamos que as coisas não mudem. Mas elas sempre acabam mudando, é inevitável. Às vezes, apenas esperamos não esperar por algo, para evitar decepções. Entende?

Enfim, vivemos esperando. A vida é uma eterna espera *momento filosófico feat. pausa reflexiva*.

“E apesar de as palavras parecerem firmes, há algo de vazio nelas.
Nós dizemos sim, voando com os punhos no ar,
como se estivéssemos segurando algo invisível que há lá.”

Esperando pelo fim. Eu, por exemplo, espero pelo fim de uma fase complicada, de uma fase em que os pensamentos não se organizam, em que os sentimentos se confundem, em que eu me confundo o tempo todo. Espero que isso chegue ao fim e eu me encontre de novo dentro de mim. Se é que um dia eu já tenha me encontrado.

“Esperando o fim chegar
Desejando que eu tivesse força para aguentar
Não foi isso que planejei
Está fora do meu controle”

Você, por exemplo, pode estar esperando pelo fim deste texto e se perguntando por que está perdendo seu tempo lendo-o ~RISOS~. Brincadeira, eu não acho que você esteja perdendo tempo.

Espero que tudo aquilo que eu espero aconteça. E espero não ter que esperar muito tempo por isso. (Um fato sobre mim: não sei esperar).

O problema de esperar pelas mudanças é que elas não acontecem por conta. É preciso fazer alguma coisa, é preciso tomar uma atitude. Mas cadê coragem, cadê? Pois é.

“Juntando os pedaços... Agora, por onde começar ?
A parte mais difícil de terminar é começar de novo.”

Sim, Linkin Park, essa é a parte mais difícil.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Quase nada sobre um pouco de tudo

Não satisfeita em ter Twitter e Tumblr para escrever como se não houvesse amanhã, eis que decidi fazer um blog. Na verdade, criei o Tumblr para escrever sobre muitas coisas. Mas e a vontade, cadê? Pois é. Culpem a Mariana por ter me incentivado a criar este blog. ~RISOS~ Brincadeira, não a culpem. Afinal, ela só deu aquele empurrãozinho para eu fazer algo que queria há tempo. Obrigada, Mari. To te devendo uns bons drink.

Bom, vamos ao que interessa (ou não, né). Depois da decisão de fazer um blog, vem a parte mais difícil: escolher nome, theme, cor, imagem de fundo e etc. Sim, essa é a parte mais difícil pra mim. Não sei escolher. Aliás, eu sei sim, mas sempre escolho as coisas por impulso e, dois minutos depois, já quero escolher de novo. Essa sou eu. Muito prazer.

A frase And let it go, que dá nome ao blog, é da música Iridescent, do Linkin Park (vocês ainda lerão muito sobre essa banda aqui), que pode ter duas, entre outras, significações: “Pode ser algo que você queira deixar ir ou deixar que as coisas  aconteçam naturalmente” (ALVES, Mariana D., 2010). Amo essa música. Ela me acalma, me dá paz.

A descrição “Quase nada sobre um pouco de tudo” representa minhas ideias para escrever aqui: tenho pouco a dizer sobre muitos assuntos. Talvez poderia ser ao contrário: um pouco de tudo sobre quase nada ou vice-versa ou ao contrário do oposto ou tanto faz. Na verdade, não sei explicar o que isso significa, mas tudo bem, vamos lá (“não, nós não vamos a lugar nenhum, é só uma expressão”, como já salientou meu ex-professor de Teoria da Literatura).

Talvez um dia eu mude a descrição. Talvez não. Talvez talvez.

Sempre gostei de escrever. Talvez (olha ele aí de novo) eu consiga me expressar melhor com as palavras escritas do que com as ditas. Até mesmo porque tenho mais tempo para escolher as palavras a serem escritas do que aquelas a serem ditas. Eis minha dificuldade para escolher dominando minha vida *pausa dramática*. E essa vontade de escrever cresce à medida que escrevo, que coisa doida. A propósito, isso me lembra a personagem Raquel do livro “A bolsa amarela”, de Lygia Bojunga Nunes. Recomendo. *momento crítica literária*

Viram como eu falo quase nada sobre um pouco de tudo? (Estou falando/escrevendo “viram” como se houvesse mais que uma pessoa lendo ~RISOS~ e é bom que tenha, não gosto de ser ignorada).

Então, né. Espero ter muito sucesso com meu blog, ser reconhecida nacionalmente e aclamada pelos críticos literários ~RISOS CONTIDOS~ Estou brincando, a parte dos críticos literários é mentira. Seria muita pretensão da minha parte.

Qualquer sugestão ou reclamação, infelizmente não poderão ser manifestadas porque ainda não tenho um SALBL (Serviço de Atendimento ao Leitor do meu Blog Lindo), desculpem-me. ~RISOS~

P.S.1: Observem como sou simpática pela quantidade de risos presente neste texto.
P.S.2: Pode escrever P.S. em texto de blog ou só em carta? To com dúvida.
P.S.3: Observem que o P.S.2 ficou parecido com um coração ~~> S2 KKKKKKKKKK beijo, mãe.