segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Eu sei que você sabe

Parados. Um diante do outro. Presos em um abraço terno. Com o coração aos pulos, ela levanta a cabeça e, com a voz embargada, deixa escapar de seus lábios:

— Nem sei dizer o quanto gosto de você...

Houve um segundo de silêncio até as palavras se dissiparem pelos ecos da noite enluarada.  Olhando em seu olhar, como se estivesse olhando em sua alma, ele diz suavemente:

— Não precisa dizer, — com o olhar fixo nos olhos dela — eu sinto.

Mais um segundo de silêncio. As palavras, desta vez, não se desvaneceram: entraram nos ouvidos dela e lhe atingiram em cheio no coração. E o atingiram, também, pois, entre encontros e desencontros de olhares, era ali que a menina o guardava o tempo todo.

E houve silêncio. Nada mais precisava ser dito. Apenas sentido. E foi.

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Um momento. Uma lembrança. Uma eternidade. Uma música.

Quase sem querer
Legião Urbana

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Mas agora é diferente
Estou tão tranquilo
E tão contente

Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém

Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira

Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo

Já não me preocupo
Se eu não sei por que
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.

Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?

Me disseram que você estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto

Já não me preocupo
Se eu não sei por que
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A cor da saudade

Ao fechar os olhos, vejo as lembranças de todos os momentos. Nesse mar de sinestesia, vejo o gosto do seu beijo, ouço sua pele, beijo seu olhar e sinto o som da sua voz. Abro os olhos, ainda imersa, e percebo que a saudade é da cor dos seus olhos. 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Planos de não fazer planos

Engraçado como o tempo é relativo, não? Resposta: Sim. E essa relatividade fica visível em várias situações. Por exemplo: no trabalho, um minuto equivale a uma hora (exagerado, jogado aos teus pés, eu sou mesmo exageraaaado); em casa, à toa, uma hora equivale a um minuto. Não sei se a lógica está correta, mas matemática nunca foi meu forte. Risos. Não me corrijam, sejam educados. Mas não era sobre isso que eu queria falar. Não exatamente.

Lembro que há um ano, a esta altura do campeonato (não o de futebol – risos, ou não), a faculdade estava quase acabando com o pouco de sanidade que me restava. Final de bimestre, final de ano, final de curso, final de paciência, final de mim. Minha nossa. Eu queria que o ano terminasse e não terminasse ao mesmo tempo, entende? Nem eu. Pois bem. De certa forma, tinha a sensação de estar perdendo algo. Esse “algo” eram as pessoas com quem havia convivido nos últimos quatro anos. Por outro lado, queria que aquela loucura toda terminasse logo. E o tempo? Relativo. Ele passava depressa e lentamente ao mesmo tempo. Ele se esvaía. Desvanecia.

E na confusão de pensamentos, eu tentava imaginar minha vida pós-faculdade. E isso me dava medo. Era assustador pensar que aquela rotina de quatro anos acabaria e uma outra rotina iniciaria no ano seguinte. Pensei até em reprovar de ano propositalmente, acreditam? Que louca. Louca por dois motivos: 1) querer reprovar e 2) fazer perguntas neste texto como se alguém estivesse lendo-o. Risos.

Enfim, o ano acabou, um outro chegou e ferrou, cara, ferrou. Não imaginei que quase enlouqueceria como aconteceu neste ano. Não fiz planos no ano passado. Não sabia o que seria da minha vida em 2011. Ainda bem. Como já disse em um texto aqui, aprendi a não fazer planos. Que aconteça o que tiver que acontecer. Gosto do inesperado. Gosto quando as coisas acontecem assim, sem planejamento. Sem expectativas, sem frustrações. E posso dizer que 2011, embora sendo um ano ímpar e cheio de turbulências, se superou. Parabéns, 2011. Você foi muito querido comigo. Você me trouxe muitas oportunidades e uma pessoa muito especial para minha vida. Obrigada. Mas agora já pode acabar. Olha que louca eu, de novo. Falando com o ano. Risos.  

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Considerações sobre este amontoado de palavras que ouso chamar de texto:

1) Está um tanto quanto incoerente, eu sei.

2) Observem como sou simpática pela quantidade de “risos”.

3) Desconsiderem a consideração de número 2, por favor. Obrigada.

4) Não há uma quarta consideração.

5) Risos. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Café com letras

Dia chuvoso, dia preguiçoso, dia eu. Tantas coisas a fazer, tanta falta de inspiração e de vontade para fazê-las. Os pensamentos fogem do meu controle e vão para longe de mim. Eles voam para perto de alguém que se apossou deles. E eu não tenho coragem nem vontade de trazê-los de volta. Mas preciso. Preciso organizá-los em torno de letras, leitura e planejamentos. Logo eu que não gosto de fazer planos, preciso organizar o pouco tempo que tenho para fazer tudo o que preciso. O tempo se esvai das minhas mãos e isso me desespera. Não deveria ser assim. Eu não deveria ser assim. Só sei que estou cansada de tanto pensar, de tanto planejar, de tanto organizar e reorganizar. Cansada de tantas coisas. Cansada de mim. Ah é, a chuva. Não sei se gosto de dias chuvosos. Sei lá. São tão... cinzas. E isso me deprime. Embora uma das coisas que eu mais goste de fazer é sentar e olhar a chuva, ultimamente me falta vontade até para isso. E falta cabeça, também. Esse som da chuva, esse cheiro de terra molhada... esse cheiro de saudade. Chuva me lembra café. A lógica disso? Não há. Mas para um dia como hoje, nada melhor do que ler, escrever e tomar café. Café com letras.  

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O melhor lugar do mundo

De todos os lugares onde eu poderia estar, de todos os lugares que eu poderia conhecer, de todos os lugares do mundo, eu só queria estar no seu abraço.

Esse é o lugar mais seguro, o lugar mais aconchegante, o lugar perfeito.
O único lugar onde eu queria estar a todo momento.

Se um dia me afastar, será apenas para poder voltar.
Porque o seu abraço é o melhor lugar do mundo.

Se bem que eu não seria capaz de me afastar. Nem que fosse só para poder voltar.

Dallas Green me compreende.