à iminência de um naufrágio
no cais da solidão.
Ninguém chega, ninguém vai.
Tudo ao meu redor é mar:
sou nada na imensidão.
Desatino a pensar no que será
das lembranças que trago como bagagem
e nos dias sem Sol que virão.
Buscam meus olhos a beleza de uma rosa
que vive por si só
e se basta:
ninguém a colhe, ninguém para me acolher.
Ecoa na minha mente a música triste que tocava
quando sua mão pousou na minha
e eu disse
"Adeus" -
para nunca mais voltar.
Parti no Porto da Saudade
que ficou
para trás.
Meus versos encharcados
lavam a alma
e me livram da angústia
e naufragam -
como quem se atira ao mar.