sábado, 20 de julho de 2013

Perdida

De repente, eu me vi aqui nesse lugar, sozinha. Não sei como cheguei nem como vou sair. Estou perdida. É um lugar triste, vazio, estranho, sombrio. Um lugar abandonado, esquecido, perdido. Não vejo saída alguma, socorro, eu não consigo me encontrar aqui! Há retratos antigos meus pendurados nas paredes, mas nenhum deles se parece comigo, nenhum deles mostra como eu realmente sou. Essa que vejo não sou eu. Por que eu não me veem como realmente sou? Será que mais alguém pode ver isso que eu vejo, a verdade? Será que alguém consegue entender que eu não sou assim como nessas fotografias tão antigas e tão cheias de truques que escondem tantas imperfeições? Deus do céu, será que alguém pode me ajudar a entender o que está acontecendo aqui? Eu ouço vozes que dizem que esse lugar é alegre, cheio, lindo, iluminado. Estão loucas! Elas dizem que sim, que há muita luz e muita beleza aqui, mas — Deus do céu! — elas sabem o que dizem? As pessoas estão lá fora, como podem dizer que esse lugar é lindo? Talvez a fachada seja bonita. As paredes são pintadas, eu vi. Parecem que tentam esconder algo feio, disfarçam imperfeições, impedem de ver a verdade. É tudo fachada, não acreditem no que os seus olhos veem. Ouçam: esse é o pior lugar em que já estive. Acho que estou presa, é tudo tão confuso aqui dentro, não entendo coisa alguma, não sei o que sentir, não sei o que pensar, não sei o que fazer, socorro. Acho que vou enlouquecer.

Não aguento mais ficar presa aqui dentro. De mim.

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