domingo, 20 de janeiro de 2013

Um texto que doesse


Eu queria escrever um texto que fizesse o leitor sentir o que eu sinto.

Eu queria escrever um texto tão triste e tão pesaroso que fizesse o leitor suspirar e derramar uma lágrima sobre o ponto final. Um texto tão melancólico que fizesse o leitor sentir uma tristeza tão profunda ao ponto de dizer “mas que texto mais triste” e chorar de dar dó.

Eu queria escrever um texto tão lastimoso que buscasse na emoção do leitor as suas mais tristes lembranças e as jogasse para fora dos olhos entremeio a lágrimas que inundassem o papel e borrassem a parte já lida do texto. Um texto tão pungente que atingisse em cheio a alma do leitor e o fizesse sentir um vazio tão grande no peito que ele diria “mas que texto mais triste” e desejaria interromper a leitura para me abraçar.

Eu queria que o leitor chamasse quem estivesse ao seu lado para ler o texto também e dissesse “olha que texto mais triste” e a pessoa lesse e sentisse e chorasse e concordasse dizendo entre soluços “mas é mesmo um texto muito triste”.

Eu queria que o leitor ficasse pensativo e com os olhos marejados ao ler o meu texto e pensasse “mas que texto mais triste e lindo de tão triste”. Um texto que doesse. Eu queria que minhas palavras ficassem gravadas na memória e na alma do leitor e que o fizessem chorar ao lembrá-las.

Eu só queria escrever para fazer o leitor sentir o que eu sinto, porque eu escrevo para não sufocar.  O problema é que às vezes eu sinto o que é intransponível em palavras. 

8 comentários:

  1. E eu queria ter escrito esse texto, talvez por que senti um pouquinho dessa tristeza enquanto o lia.

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  2. O grande problema é esse, menina: não conseguir transpassar para a folha em branco o que acontece dentro de si. A gente sempre tenta, mas o que vai para o papel é nem metade do que realmente sentimos. Você sabe bem disso, não é mesmo?

    Escrever ajuda, as vezes ameniza, mas nem sempre é suficiente.
    O bom é que alivia, e muito!

    Amo seus textos, eles são tão... você.
    E eu amo você! ♥


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  3. Uma resposta que confortasse

    Eu queria escrever uma resposta que fizesse escritora deixar de sentir o que ela sente.

    Eu queria escrever uma resposta, tão bem formulada e tão bem escrita como a originária de tal; Uma resposta que transcendesse essa tela e essa imensidade virtual que separa a escritora de meu abraço. Talvez eu não tenha um vocabulário tão extenso, nem uma linguagem tão rebuscada, mas sou possuidor de uma vontade que tende ao infinito quando o assunto é fazer bem para quem eu gosto.

    Eu queria escrever uma resposta em que a estranheza do texto fosse quase tão surpreendente quanto um abraço inesperado, e que soasse de maneira tão misteriosa que iluminasse o dia da escritora. Queria que a escritora sentisse todo o carinho de um estranho, que trás dentro do anonimato, um símbolo de que até pessoas que estão fora do seu círculo comum, gostam e te querem bem.

    Eu queria conseguir escrever uma resposta que não só confortasse e nem não só simplesmente respondesse. Eu queria uma resposta tão aconchegante como uma toalha quente de sol ou um abraço amigo em dias tristes. Porém, não sei se consigo atingir tal objetivo, pois não me julgo muito bom com palavras.

    Eu queria que a escritora parasse perplexa diante da tela de seu computador, e talvez, boquiaberta sentisse o tamanho do carinho que eu sinto por ela, mesmo sem conhecê-la pessoalmente. Eu queria que minha resposta de uma forma, confesso, simples, envolvesse com toda minha energia a escritora e que de tal envolvimento seria justificada qualquer lágrima em seu lindo rosto.

    Eu só queria escrever uma resposta para fazer a escritora sentir o que eu sinto, pois respondo não para responder, mas para confortar.

    O problema é que, não sei se sei expressar em palavras essa admiração e carinho que tenho pela escritora.

    Musa, você não está sozinha!

    "E que se lágrimas caírem, que sejam para lustrar o brilho de sua felicidade".

    Seja sempre essa musa, que alegra, que inspira e que colore a nossa vida; E continuará a colecionar admiradores, seguidores, amores, amigos, sorrisos, olhares...

    Deixo minha assinatura anônima, para representar um carinho coletivo de várias pessoas que te admiram em segredo.
    Beijo para vocês 9.

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    1. A resposta não só confortou como também me emocionou de tal forma que eu fiquei sem palavras por um tempo, apenas lendo e relendo e chorando. Sim, lágrimas de alegria, de ternura, lágrimas de quem se sente confortada. Lágrimas de agradecimento.

      Caro leitor que se dedicou a escrever tão-linda-e-emocionante resposta ao meu texto, eu poderia dizer-lhe que sim, que me senti envolvida; que sim, fiquei perplexa diante do monitor; que sim, eu senti o carinho em suas palavras; que sim, que também queria seu abraço. Mas me faltam palavras. Deixou-me sem elas.

      Eu não sei se mereço tanto carinho assim, juro, mas eu o recebo com o coração.

      Suas palavras foram o abraço de que eu tanto precisava ao final desse dia.

      Gostaria muito de saber seu nome, caro leitor das palavras bonitas - e que sabe sim usá-las muito bem -, mas respeito sua preferência.

      Um beijo e, mais uma vez, obrigada.

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    2. Não me identifiquei na resposta, pois a intenção era eu ser o porta-voz de uma legião de fãs e admiradores secretos. =D

      Apenas aceito as lagrimas nas condições de alegria, ok?

      Fiquei muito feliz em saber que encontrei o caminho para te confortar, e quem sabe um dia não lhe pago este abraço pessoalmente.

      Musa, você é SIM merecedora do tempo que dediquei para a leitura, para a resposta, para a resposta da resposta e ficaria até amanha dizendo em quantas maneiras possíveis você merece total carinho e atenção.

      Aguarde mais abraços vindos de mim, sempre que quiser e precisar.
      Beijo beijo Musa.
      Att.
      Luiz Hac

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  4. Ah menina Dani, o virtual não tem cheiro, toque ou gosto, mas apesar disso tudo quem está do outro lado da tela é humano e sendo assim passível dos mais inexplicaveis sentimentos como gostar de quem nem mesmo cheirou ou sentiu. Ah menina Dani, se pudessemos abraçar-te e dizer que está tudo bem nós o fariamos. Se pudessemos secar suas lágrimas, fazer um cafuné e um brigadeiro para aquecer o seu coração nós também o fariamos. Dores vem e vão, mas o mais importante é saber deixa-las ir sem apegos. Ficar triste é natural, mas cultivar essa tristeza é burrice. E você não é burra, muito pelo contrário. Saiba que estamos aqui sentindo com você e do outro lado da tela para o que precisar. Com amor, Carol. <3

    ps: texto maravilhoso.

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  5. Às vezes eu passo aqui para deixar meus comentários extensos e que muitas vezes parecem nem fazer sentido. São só um amontoado de palavras numa tentativa tímida de trazer conforto a quem escreve esses textos.

    Aí me vem também o desejo que os comentários se ramificassem em coisas maiores.

    Sei lá, que eles fossem braços que apalpassem devagar os ombros e depois trouxessem a escritora até o peito como um ato de conforto.

    Que os comentários fossem tão intensos a ponto de configurar o ombro que serviria de base para o rosto marejado em compartilhamento das tristezas.

    Ou então um olhar sincero, daqueles que atravessassem e chegassem no fundo da alma e dissessem um para o outro segurando pelas bochechas: "Eu sinto o tu sente. Venha cá, sintamos juntos."

    E que os comentários fossem suficientes para dizer que numa terra distante, não tão pra lá, quase cá, há alguém tentando fazer com que seus comentários tomassem forma, jeito, classe e que fossem únicos, daqueles de arrancar o sorriso (ou o choro, mas nem tanto) de quem lesse e pensasse: "Valeu a pena eu ter publicado isso e alguém ter retirado o tempo para dividir que não é só ela que se sente assim. É como um lenço ou uma brisa secando as lágrimas."

    Abraços.

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  6. Ah, que problemático, Danni.
    Eu escrevo sobre o que muitas vezes não sentia, mas aí passo a sentir.
    A gente escreve, no fundo, porque procura sarna pra se coçar.
    Beijo, sua linda.

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