Fazia muito calor naquela manhã. Com o corpo banhado numa mistura de lágrimas e suor, ela despertou. Infelizmente. Abriu os olhos, temendo ver a realidade bem ali na sua frente, temendo se deparar com o que mais parecia um pesadelo. Não, não estava sonhando. Tudo aquilo acontecera de fato. Pensou e lembrou-se de tudo. Por que tinha que acordar? Por que seu desejo de não acordar para aquela dor não havia se realizado? Por quê? Por quê.
Não tinha as respostas.
Olhou em volta e não viu nada além daquela triste e sombria estrada em que fora abandonada. Em que lhe soltaram a mão. Abaixou a cabeça, numa tentativa de entender, mais uma vez, o que havia acontecido. Ainda estava tonta pelo baque que as palavras dele lhe causaram. O impacto foi muito grande. A cabeça estava pesada. O ar estava pesado, como num daqueles dias quentes que ameaçam chuva. Mas ela sabia que a chuva era, na verdade, seu pranto.
Havia se passado apenas um dia. Para ela, eram meses. Perdera a noção do tempo. Não se alimentava. Não chorava mais. Já não tinha mais lágrimas. Seu corpo e sua alma sucumbiam sob tanta dor e pesar. Desejava ficar ali sentada até que o tempo a consumisse. Até que o tempo consumisse sua dor e, somente assim, restaurasse a paz em sua alma. Por dentro, ela gritava. Gritava até perder a voz. Gritava para acordar para a vida, para despertar do estado de dormência em que se encontrava desde que os olhos dele se perderam de seu olhar. Mas ninguém a ouvia.
Foi apenas o primeiro dia de angústia. O primeiro dia de expectativas. O primeiro dia de muitos dias assim. E o fim desses dias era tudo o que ela temia.
Que habilidade com as palavras em moça? Estarei acompanhando as próximas postagens. Sua Linda ♥
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